terça-feira, 3 de outubro de 2017

Alterações nos fluxos de combustíveis no Norte e a perspectiva para o Porto de Itaqui

Por Julio Favarin
• Nos últimos anos o porto de Itaqui foi o maior importador de derivados de petróleo[¹] do Brasil, atingindo uma participação de cerca de 50% das importações do país em 2012. Com a instalação de um Terminal de Uso Privado em Itacoatiara (AM) no fim de 2013 e o início de operação da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, em meados de 2014, tal dinâmica foi sensivelmente alterada, reduzindo essa participação para aproximadamente 20% em 2017.
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Essa queda foi motivada principalmente pela redução nas importações de diesel, que passou a ser suprido para os portos do Norte diretamente da RNEST via cabotagem, a partir do Porto de Suape, ou importado e distribuído de barcaças através do novo terminal de Itacoatiara.
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Apesar do Porto de Itaqui registrar uma queda de aproximadamente 45% em três anos, de 7,7Mt em 2014 para 4,3Mt ao final de 2017[2], existe a expectativa de recuperação impulsionada pela operação da Ferrovia Norte-Sul, que permitirá abastecer a região Centro Oeste do país. Prevendo esse movimento, Raízen, Temape e Tequimar já anunciaram expansões que podem elevar a tancagem atual de 300 mil m³ em até +40%. Além disso, o início de operação do segundo berço para granéis líquidos (berço 108), esperado para até o final do ano, aumentará a capacidade para a recepção de navios de grande porte e reforça a aposta de crescimento.
[1] Combustíveis derivados de petróleo: Diesel, Gasolina, Óleo Combustível, Querosene de Aviação, Gasolina de Aviação. Fonte: Aliceweb
[2] Fonte: SIG Antaq
Julio Favarin é diretor da Terrafirma - Bacharel e mestre em engenharia naval pela USP, atua há sete anos em projetos de infraestrutura de transportes, com foco em regulação e desenvolvimento de ferramentas voltadas a políticas públicas

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